Sim, essa é uma história de amor! Se você não gosta delas, não insistirei para que fique, mas se ainda assim quiser estar, te convido a vir com presença e calma, se aconchegue nas palavras, afinal, essa é minha história de amor.
Quando tem data para acabar, significa o fim?
Com certeza! O “sim” veio claro como água cristalina em fonte de cachoeira, transbordava sem deixar dúvida alguma, e eu aceitei. Te conheço há mais de 10 anos, te vi inúmeras vezes, dei risada de doer a barriga, cantei, falei sobre planos de vida, viajei estando acompanhada por outro alguém, assim como você. E agora, justo agora, te conheci de novo, com a sorte de te amar e por você ser amada.
Dia 04/03/2025, último dia de carnaval bem vivido, uma mistura de glitter, pouca roupa, cabelo suado, jogos e cachaça. Saio do banheiro e te vejo, como meu coração está acelerado se ele já te conhece há tanto tempo? Conversamos vergonhosamente como se fosse a primeira vez, a sua boca é a última que toca meus lábios nesse carnaval, e a primeira que eu não quero que deixe de tocar, lamber, morder, chupar.
Marcamos um date “oficial” exatamente uma semana depois, São Paulo insiste em chover constantemente, as águas sempre abençoaram nossos encontros. Vamos para um bar vazio de gente e cheio de curiosidade em reconhecer essas vidas tão conhecidas. Acaba a luz no bar. Acende a luz em nós. Nós. Essa palavra não era utilizada nesse momento, mas já estava ali.
Poucos dias se passam e uma notícia chega, o início e o fim, de mãos dadas.
- Você vai embora. -
A realização de um sonho. Você passou em um mestrado fora do país, vai embora em agosto. Eu vibro de felicidade como se fosse o meu sonho se tornando real, conversamos sobre os desejos pelo mundo, pela grandiosidade do querer.
Especificamente mais 7 dias se passam desde que te vi pela última vez e nos vemos de novo. Terça-feira começa a ter gosto de frio na barriga. Existe um tesão que apenas o carnaval desperta, e ele continuava me banhando. Desejava seu corpo no meu. Carnal. Tesão. Banho em conjunto. Vinho na boca. Celebração. Esperava tudo isso, só não contava com uma coisa, conexão.
Foi instantâneo, como se não pudesse ser de outra forma. Quero te ver de novo. Achei que seria só uma transa. E agora, o que faremos? Vamos seguindo, está bom assim. Seguimos!
Conversas diárias que nunca acabam, encontros rápidos demais, saudade apenas na forma crescente, risada, muita risada. Ali, entrelaçada sutilmente aos encontros, olhares, beijos e toques, criava-se a nossa intimidade.
- Estou apaixonada por você. -
Ouço essas palavras e seus olhos brilham ao me ver. Me assusto. Não era pra ser assim. Nós sabemos do fim. Seguimos!
Tinha uma lista bem definida secretamente intitulada: “Como não me apaixonar por você”. Dia após dia eu riscava os itens, era impossível não me apaixonar. Te conheço há tanto tempo, por que agora? Por que não agora?
Vai viver ou tá com medo?
Seguimos por semanas repletas de felicidade, uma paz se instaurava ao saber que você existe, me sinto tranquila, tudo flui, até chegar ele… o desespero. Insegurança de outras relações. Projeções na ânsia de acabar com tudo. Melhor para agora. Choro. Frio. Falta de ar. Será o único caminho?
Por sorte o amor sempre fez parte. Conversamos expostas de tudo, das vulnerabilidades, receios, medos e sensações. Tudo explodiu ali por uma razão:
- Eu te amo, Aline. -
O fim está logo ali, nós sabemos disso, o amor não. O amor não liga para o tempo cronológico das coisas, ele surge e se mantém no cuidado, nas ações, mesmo com data para acabar, inclusive ao ter essa data e ele continuar existindo só mostra o quão bonito ele é. Amor. Me sinto completamente aterrorizada e inteiramente feliz. Também te amo, mulher.
Nossa intimidade cresce na mesma proporção que nos inserimos uma na vida da outra. Viagens, água salgada, água doce, famílias, criança, cachorro, infinitos jogos - massinha, tranca, dominó - risada, cafuné, sorriso de olho, abraços apertados, dormir de conchinha, celebrar dia das namoradas, caixa de bombons, cinema, show, choro.
Hoje, 25/06/2025, data que escrevo essas palavras, percebo o choro mais frequente. Todo momento feliz também é um pouco triste. Toda celebração também é um lembrete da separação. Precisamos conversar sobre o término. Como podemos fazer isso da forma mais amorosa possível? Ainda estamos descobrindo, juntas.
Vem sendo difícil colocar em palavras o tamanho do meu sentimento por ela, por mais que eu tente veementemente. Semana passada avistei algo que se assemelha, o rosa e laranja do pôr-do-sol. Era isso. Esse é o tamanho e a cor do meu amor. Imenso. Quente. De molhar os olhos ao sentir. Estamos colecionando alguns por aqui.
Volto à minha pergunta: Quando tem data para acabar, significa o fim?
Não sei. E agora digo diretamente para você (sei que vai ler minhas escritas), te amei antes mesmo de saber que te amava e te amarei para além de agosto. Te quero imensa no mundo, te desejo sonhos realizados, sorrisos grandões e a vida mais bonita que nem possa imaginar.
Você já mudou a minha vida pra sempre, e eu serei eternamente grata por isso.
Ser amada por você é um privilégio dos grandes, a vida realmente é bem generosa comigo.
Sim, eu choro com mais frequência, sinto a sua falta mesmo antes da partida, tenho medo de me afogar no sofrimento e ser triste por muito muito tempo, tenho receio de não poder mais viver nosso amor, mas também sei de uma coisa:
É o que é. E o que tem de ser tem muita força!
Que o amor continue nos guiando, seja para o fim ou para a pausa, que ele se faça presente. Eu amo você e amo a gente. Obrigada!
tenho orgulho de ver você confiando no seu salto de fé, no quanto você merece receber tudo o que sempre sonhou e do quanto pode, sim, confiar na vida. e no que tem muita força <3
Li cada linha com os olhos marejados. Que coisa mais linda é ver você se permitindo viver um amor desses — inteiro, vibrante, presente, mesmo com data marcada. Que coragem a sua! Que presente para quem lê, poder sentir esse transbordamento.
Você está sendo amada de um jeito tão bonito, e isso me enche de orgulho. Porque sei que você se joga na vida com intensidade, com verdade, com entrega. E é tão justo, tão potente, te ver recebendo de volta o que tanto oferece ao mundo: afeto, cuidado, presença.
Sim, dói pensar no fim. Mas também é bonito saber que esse amor existiu — e ainda existe — e que não precisa ser medido pelo tempo, mas pela profundidade. E olha… que profundidade!
E quem disse que fins são sempre encerramentos? Às vezes, são recomeços em outra forma, em outro tempo, com outras cores. Talvez o amor mude de roupa, de ritmo, de endereço… mas não deixa de existir. Talvez agosto não seja o fim, mas o começo de um novo jeito de amar, de se lembrar, de se ter.
Obrigada por compartilhar essa história. Ela me tocou, me inspirou, me lembro das nossas conversas sobre se permitir e te vê vivendo e se permitindo assim, me inspira!
Amo ver você amando assim!